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#ExposedPetrópolis: mulheres usam o Twitter para expor casos de assédio na cidade

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#ExposedPetrópolis: mulheres usam o Twitter para expor casos de assédio na cidade

Movimento que se alastrou em todo o Brasil vem criando uma rede de apoio a jovens que sofreram relacionamentos abusivos, agressões e estupro.

Mulheres de todo o Brasil começaram a aderir o movimento #Exposed (em inglês, exposto) no Twitter para relatar histórias pessoais de assédio, abuso e estupro. O que começou como um desabafo se tornou uma grande rede de apoio. Em Petrópolis, centenas de jovens, através da hashtag #ExposedPetrópolis, publicaram fortes depoimentos reprimidos há anos.

Reprodução Twitter

Em cada história, amigos, pessoas próximas da família e professores eram citados – na maior parte dos casos, sem divulgar os nomes. O objetivo era, mais do que compartilhar cicatrizes e traumas, servir de alerta para outras mulheres que sofrem (ou sofreram) relacionamentos abusivos sem saber. Afinal, o primeiro passo, antes de denunciar um caso de assédio, é saber identificá-lo.

“Eu resolvi expor meus casos com o intuito de fazer um alerta, muitos dos meus relatos aconteceram com quem eu considerava um amigo”, disse uma menina anonimamente.

Enquanto algumas mulheres publicaram em suas contas pessoais, outras preferiram relatar os casos no anonimato. Em Petrópolis criaram a página “Mais Uma Vítima” (@UmaVitima) para quem quisesse falar sem ser identificada.

Uma petropolitana, de 25 anos, que preferiu não se identificar, disse estar lidando com os traumas do assédio e das agressões até hoje. “Por mais que tenha passado um tempo, a gente não esquece e muitas vezes relembra o momento. E é um processo lidar com os sentimentos, muitas vezes a gente se sente humilhada e principalmente vulnerável”, desabafa.

Por outro lado, ela também contou sobre o apoio que vem recebendo após ter coragem de dividir essas feridas com as pessoas. “Ele (o movimento) me ajudou a receber apoio, inclusive de gente que eu nem esperava e mal conhecia. Muita gente me deu conforto e carinho depois que viu sobre as postagens. Nós não estamos sozinha nessa”.

Mas fique atenta!

De acordo com a advogada petropolitana Roberta Lopes, embora a proposta do movimento seja positiva, é preciso tomar alguns cuidados.

“Expor o nome do agressor e seus dados, como local onde trabalha, estuda, telefone, fotos, dentre outros não é recomendável, por questões de segurança da própria mulher que denuncia, a qual também poderá enfrentar processos judiciais e sofrer sanções. Dependendo da forma como o relato foi elaborado pela vítima nas redes sociais, quem sofreu a exposição poderá utilizar isso contra a mulher, que poderá enfrentar o desgaste de uma ação por danos morais, e também no âmbito penal, caso configurado crime de injúria, calúnia ou difamação”, explica.

Tomando os devidos cuidados, a advogada apoia e incentiva o movimento. “A união feminina do ‘Exposed’ é uma forma de usar as mídias sociais em prol do bem, ajudando milhares de vozes que estão sufocadas. Buscar a atenção e cobrar ações das autoridades públicas locais para esta questão é essencial”, completa.

Para que os agressores sejam investigados criminalmente, é importante que a denúncia seja feita em delegacia, através de telefones do disque denúncia ou em centros de apoio à mulher do seu município. “Na hipótese de qualquer natureza de violência, abuso, assédio é de suma importância a denúncia imediata as autoridades policiais, para que possam cumprir seu papel e ato contínuo dar seguimento ao caso judicialmente, ou seja, use os meios legais, é um direito da mulher”, disse a advogada.

Para denunciar:

Disque Denúncia

Basta ligar para 180 (Central de Atendimento à Mulher). A denúncia pode ser feita de forma anônima para garantir a segurança da pessoa.

Se a violência for contra uma pessoa menor de idade, a denúncia deve ser feita na Delegacia da Criança e Adolescente. Em casos emergenciais, a Polícia Militar deve ser acionada pelo telefone 190.

Cram – Centro de Atendimento à Mulher

Vítimas de violência — seja ela sexual, agressão física, psicológica ou ameaça — devem entrar em contato através do número (24) 98839-7387 e serão encaminhadas para algum serviço essencial, como delegacia, hospital, ou o caso é levado às profissionais técnicas que estão de plantão. As mulheres recebem todas as orientações necessárias sobre como agir tanto em momento de violência, como no pós.

Além do telefone do Cram, denúncias de violência doméstica também podem ser feitas para a Polícia Militar, pelos números (24) 2291-4020, 2242-8005, além de poder contatar via WhatsApp a emergência da PM, pelo número (24) 99222-1489.

Nuam – Núcleo de Atendimento à Mulher

Localizado na 105ª DP – Retiro / 24 horas por dia.

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