Mulheres atendidas pelo CRAM conhecem o Museu Imperial
O passeio proporcionou a chance de refletir sobre o que as mulheres passavam nas épocas de exploração e quais são as condições delas próprias hoje em dia.
Oferecer acompanhamento social e assistência psicológica é uma das funções do Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram). Por isso, além dos 257 atendimentos a mulheres vítimas de violência doméstica (moral, verbal, patrimonial, física ou sexual) realizados de janeiro a meados de maio, o órgão vem procurando oferecer outros tipos de atividades que contribuam com a elevação da autoestima e com a conscientização do espaço e dos direitos delas. Nesta semana, um grupo de 15 mulheres fez um passeio pelo Museu Imperial, acompanhadas pela psicóloga do Cram, Liane Diehl.
Foto Divulgação / Foto: Instagram @fuipra_rua
O passeio não havia sido previamente marcado. A ideia surgiu na quarta-feira (29.05), quando acontecem as reuniões de acolhimento – e mesmo dia em que o Museu abre as portas gratuitamente para os moradores de Petrópolis. A psicóloga do Cram propôs o passeio e elas foram, a pé mesmo, conversando e aproveitando cidade e a tarde ensolarada.
“Algumas pessoas dali jamais haviam ido ao Museu, que faz parte da nossa memória social e histórica, por não terem dinheiro ou não terem ‘permissão’ para saírem, ou até mesmo ‘coragem’ para simplesmente se darem um tempo por pura diversão”, contou Liane.
Para ela, além de dar essa oportunidade, o passeio proporcionou a chance de refletir sobre o que as mulheres passavam nas épocas de exploração e quais são as condições delas próprias hoje em dia – abriu a possibilidade conscientização e de apropriação dos direitos e da identidade que possuem, mas que muitas vezes são deixadas de lado em função da violência que acabam sofrendo.
“Esse passeio toca não só a autoestima da mulher, mas a própria consciência de identidade. Nosso papel com essas mulheres tem a ver com o conceito de ‘sujeito de direitos’. Não adianta a gente saber que existem direitos, se a gente não se apropria deles. É como ter carteira de motorista, mas não saber dirigir. Para isso, é preciso mergulhar na própria história e ir reconhecendo como nos tornamos quem somos. Essa relativização facilita outras reflexões, que vão acontecendo de acordo com o desejo que o grupo manifesta”, explicou.
Como pedir ajuda?
O Cram funciona de segunda a sexta, de 8h às 17h, na Rua Santos Dumont, 100 – Centro. É possível entrar em contato pelo telefone 2243-6152 ou, em caso de emergência, pelo número 9 8839-7387. Outras formas de contato para a mulher que sofrer alguma violência é o Disque 180, ou a Polícia Militar pelo 2291-5071 / 2242-8005 / 9 9222-1489 (WhatsApp Emergência), ou ainda a Guarda Civil pelo 153.