8 fatos surpreendentes sobre a história da Churrascaria Majórica
Há 58 anos em Petrópolis, a Churrascaria Majórica faz da Rua do Imperador, 754, um dos poucos trechos da via em que o petropolitano desacelera o passo para observar e contemplar a tradição de uma vida. Afinal, desde que foi fundada, foram várias as gerações cativadas pela casa que cultiva e mantém laços.
Foto: Acervo Pessoal Família Rodrigues
Tivemos acesso à história do negócio e fomos surpreendidos por uma trajetória de dedicação e superação que jamais teríamos imaginado. Apertem os cintos porque a viagem pelos 8 fatos e curiosidades sobre a Churrascaria Majórica vai começar.
1. De caminhoneiros a empresários
E falando em viagem, os idealizadores do restaurante vieram de longe. Conta a família que a Majórica foi, originalmente, fundada em Nova Friburgo pelos irmãos espanhóis Bartolomé e Francisco Bou. Os dois tinham o sonho de conhecer o Brasil e, para isso, se tornaram caminhoneiros: enquanto faziam as entregas de carga, passeavam pelas terras tupiniquins.
Da esquerda para direita Bartolomé e sua esposa Dona Maria e, por último, Francisco Vou Villalonga / Foto: Acervo Pessoal Família Rodrigues
Acontece que a rota deles foi mudada quando a dupla chegou ao Sul e se encantou pelo churrasco gaúcho, feito no chão, com carvão, sal grosso e azeite. A ideia de fazer disseminar aquela receita foi quase que imediata e, de fato, a novidade foi levada a Nova Friburgo e, posteriormente, a Petrópolis.
2. O sócio
Em Nova Friburgo os espanhóis conheceram o esforçado e dedicado Nelson Rodrigues, que aos 21 anos trabalhava tanto numa fábrica, quanto numa lanchonete. Seu atendimento os encantou e fez com que fosse empregado pela dupla, se tornando, mais tarde, sócio deles. Foi questão de tempo até Nelson aprender a servir, cortar e fazer o churrasco.
À frente do balcão, com um livro em mãos, Nelson Rodrigues. / Foto: Acervo Pessoal Família Rodrigues
3. Legado
No fim das contas, Nelson já sabia exatamente como gerenciar a casa. Prova disso foram os 48 anos em que esteve à frente do negócio em Petrópolis. E se seus grandes professores foram os espanhóis, pode-se dizer que, depois, foi ele quem ocupou o posto de educador de valores e princípios firmes.
Foto: Acervo Pessoal Família Rodrigues
Descobrimos que houve um tempo em que mulheres não trabalhavam na Majórica. Os tempos mudaram e hoje são elas, as filhas do senhor Nelson – Ângela Brum Rodrigues e Angélica Brum Rodrigues -, junto ao irmão Nelson Rodrigues Junior, que gerenciam a churrascaria. Além delas, a equipe conta, ainda, com a nutricionista Aline Wiskutzki e Gabriela Bruno Lopes, no escritório.
4. As dificuldades
Como todo empreendimento, a Majórica encontrou obstáculos. Nos foi dito que, a princípio, a ideia de uma churrascaria em Petrópolis não foi bem acolhida. As estratégias para contornar o problema foram várias, indo desde cardápios para universitários, a um expositor de carnes na fachada. A ideia? Deixar os pedestres de água na boca.
Foto: Acervo Pessoal Família Rodrigues
5. Superação
Para se ter uma noção, de acordo com as filhas do senhor Nelson, Ângela e Angélica, no dia em que foi inaugurada a churrascaria atraiu apenas quatro clientes. O movimento era tão fraco que a família não tinha condições de pagar pela entrega das mercadorias compradas na Floriano Peixoto e era obrigada a carregá-las no ombro pela cidade.
Foto: Acervo Pessoal Família Rodrigues
Graças à dedicação, economia a força de vontade de Nelson, o negócio resistiu às críticas e se consolidou como um dos mais tradicionais restaurantes em Petrópolis. O estabelecimento reúne de de 7 a 10 mil clientes por mês que garantem, acima de tudo, um retorno afetivo à família Rodrigues.
6. Um erro que deu certo
Assim como um começo conturbado garantiu à casa a fortaleza necessária para continuar, um erro que deu certo ficou para a história da Majórica. Pois é, a tão requisitada batata pastel, que resulta numa saída de mais de 4 mil quilos de batata por mês, surgiu… por acaso.
Foto Divulgação
Durante o manuseio das batatas portuguesas, um dos funcionários teria feito cortes mais finos, o que, na hora da fritura, teria resultado em batatas infladas. A equipe achou engraçado, experimentou, aprovou, e decidiu implementá-la no cardápio. E que decisão sábia!
7. Tradição
Foto Divulgação
Quando se diz que a Majórica é uma casa que cultiva e mantém vínculos, é à equipe de funcionários, colaboradores e clientes fiéis a que a frase se refere. Só o cozinheiro José Francisco de Paula, o Pelé, tem 50 anos de casa. Ele teria começado a trabalhar lá ainda criança, aos 11. Na verdade, ajudava o avô e, assim, se mantinha entretido.
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Não só o Pelé acabou ficando boa parte da vida lá dentro, como boa parte do corpo de funcionários da churrascaria. É o caso do gerente Jorge Albertini, que acumula 41 anos de casa; os garçons José Geraldo Mattos, com 35 e Agrimar Carvalho, 29; além do churrasqueiro Manoel Arcanjo, 34.
8. Por que ‘Majórica’?
Uma das muitas descobertas que fizemos durante conversa com as filhas do senhor Nelson, Ângela e Angélica, foi saber a origem do termo Majórica – mais um legado dos espanhóis. De acordo com elas, o nome remete à Ilha de Maiorca, famosa pelas pérolas que fabrica.
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Além do nome, algumas das preciosidades preservadas são a receita espanhola do pudim de leite, a qualidade, o atendimento e a essência do trabalho que fazem da tradição e do bom gosto pontos-chave na Churrascaria Majórica.
O estabelecimento funciona de segunda-feira a domingo. De segunda a quinta-feira, das 11:45 às 22:00, às sextas e sábados, de 11:45 às 23:00 e, aos domingos, de 11:45 às 21:00. Saiba mais pelo telefone (24) 2242-2498.