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Professor, artesão e dançarino: conheça a história de um petropolitano (mais que) especial

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Professor, artesão e dançarino: conheça a história de um petropolitano (mais que) especial

O “Nobre” não está só no sobrenome, está em suas atitudes e no desejo de fazer a diferença na vida das pessoas. Hoje, no Dia Internacional da Síndrome de Down (21/03), você vai conhecer um pouquinho sobre o Adriano Nobre, um petropolitano mais que especial.

Acervo Pessoal Suzana Ghiggino

Aos 52 anos, ele é professor de artesanato no Projeto Andorinhas, que atende outras pessoas portadoras da síndrome, é artesão e artista plástico filiado à Associação dos Artistas Plásticos de Petrópolis (AAPP). Como se ainda não fosse suficiente, nas horas vagas ele faz aula de jazz, sapateado e natação. E quando perguntam se ele tem alguma limitação devido à Síndrome de Down ele fica surpreso e responde sem pensar duas vezes: “Eu não sinto nada de diferente por isso. Tenho muitos amigos e vou a todos os lugares”.

Acervo Pessoal Suzana Ghiggino

Quando o assunto são seus quadros e caixinhas de artesanato, o talento e a sensibilidade de Adriano são inegáveis, tanto que em 2017 ele foi homenageado pela AAPP devido a toda a sua contribuição e trabalho. “Eu fiquei muito surpreso com a homenagem da AAPP. Afinal, todo pintor fica feliz quando gostam do trabalho dele”, comenta.

Acervo Pessoal Suzana Ghiggino

Para a mãe de Adriano, Suzana Ghiggino, ele, hoje, é um profissional realizado fazendo o que gosta e vendo resultado na vida das pessoas. Ela ainda ressalta sobre a importância de se valorizar o potencial da pessoa portadora de necessidades especiais e de dar oportunidades para todos, independente de suas características. “Todo ser humano tem seu potencial. Pais, professores, terapeutas devem estar atentos a isso. Apenas o tempo para a realização do potencial que é diferente. Às vezes o Adriano usa ‘ainda’ não sei ou ‘ainda’ não consigo, mas dentro dele existe uma força maior que diz ‘eu vou conseguir'”, ela conta.

Acervo Pessoal Suzana Ghiggino

Por outro lado, nem sempre é assim que as empresas veem as pessoas portadoras dessa síndrome, mesmo com a lei de cotas para pessoas com deficiência (PCDs) ter completado 27 anos em 2018. A regra exige que companhias a partir de 100 funcionários tenham um percentual de pessoas com deficiência em seus quadros (a porcentagem varia de acordo com o tamanho das companhias). O assunto ainda gera discussão, pois muitas vezes os profissionais portadores de necessidades especiais são contratados apenas para cumprir tabela, não sendo desenvolvidos como deveriam. Por isso, um dos maiores desafios das organizações é entender que pessoas com Síndrome de Down têm diversas habilidades positivas para somar no ambiente de trabalho.

Enquanto as empresas não percebem isso, há um petropolitano muito corajoso e determinado, em uma pequena sala do Projeto Andorinhas, fazendo o seu canto ecoar para além dos preconceitos e estigmas da sociedade. “Eu falo com meus alunos que é importante estudar, se diferenciar e insistir, porque chega uma hora que a gente aprende”, conta o professor. A verdade seja dita: ainda temos muito o que aprender com o Adriano e com todos os que, de alguma forma, são especiais.

Foto: Margareth Castellain, coordenadora do Projeto Andorinhas
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