Contando a história de Petrópolis, Vila Isabel é uma das campeãs do Carnaval 2019
A escola de samba ficou em 3º lugar, atrás da U. do Viradouro e da grande campeã Mangueira.
Transformada em enredo de Carnaval, a história de Petrópolis – desde os índios coroados até a modernidade – agora é conhecida por foliões de todo o mundo. Depois de um desfile surpreendente, com 3 mil componentes e de deixar o público sem ar com suas cinco alegorias enormes e luxuosas, a escola de samba Vila Isabel ficou em 3º lugar no Carnaval 2019 do Rio de Janeiro.
Desde 2013, a Vila Isabel não participava do Desfile das Campeãs do Carnaval do Rio, mas, desta vez, o presidente, Fernando Fernandes, estava confiante com a vitória. “A escola veio para a disputa”, disse ele. “Fiquei muito emocionado. Estou muito feliz. Tenho que agradecer a cada um deles (da equipe)”, completou o carnavalesco, Edson Pereira.
Foto Reprodução/www.carnavalesco.com.br
São nove os quesitos em julgamento: bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegorias e adereços, fantasias, comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira. Apesar de ter perdido ponto por ter estourado o tempo do desfile em um minuto, o alto nível da apresentação da Vila foi o que prevaleceu.
Voltarão com a Vila Isabel ao sambódromo para o desfile das campeãs, neste sábado (9), as escolas que obtiveram as maiores notas: Viradouro, Portela, Salgueiro, Mocidade e a campeã geral Mangueira.
Logo no carro abre alas – que contou com três alegorias juntas -, a Vila mostrou a que veio arrepiando o público. A comissão de frente trouxe fantasmas da Família Imperial que surpreendiam um turista que visitava o Museu Imperial. Com uma coreografia impecável, os bailarinos usaram até truques de ilusionismo para impressionar os jurados e a plateia.
Foto Reprodução: Rodrigo Gorosito/G1
Carros e fantasias luxuosas marcaram desfile da Vila
Foto Divulgação
Se a intenção era impactar, a Vila Isabel superou as expectativas na avenida com fantasias e carros marcados pela perfeição em cada detalhe e a riqueza de elementos que remetiam à Cidade Imperial. Quem abriu o desfile foi o carro que trazia o cortejo de D. Pedro a Petrópolis, puxado por cavalos de sete metros de altura, que tinha 60 metros de cumprimento.
De antes do período imperial até os dias hoje, passaram pela avenida histórias como a dos “Pedros”, D. Pedro I, D. Pedro II, São Pedro de Alcântara e São Pedro; seguindo pelos índios e as riquezas naturais – como a água, a Mata Atlântica -, a influência dos imigrantes europeus, o progresso com a chegada do trem, além do glamoroso Palácio Quitandinha e ainda a luta dos negros. Até a neblina, conhecida em Petrópolis, passou pela avenida através de efeitos especiais.
Um dos carros que chamou mais a atenção foi o “Paraíso coroado”, que chegava a 12 metros de altura e usou 12 mil litros de água, uma referência aos índios que moravam no Brasil. Um índio gigante se levantava para proteger as riquezas naturais de Petrópolis. Já o carro que representava o progresso, com a vinda do trem, foi outro que chamou a atenção e trouxe na frente a rainha da Vila Isabel, Sabrina Sato, três meses depois de ter dado à luz: “Foi lindo demais, emocionante”, disse. Fechando o Carnaval da Vila, o carro que representava a luta e a libertação dos escravos, falando sobre a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, trouxe a família da Marielle Franco, cujo assassinato está completando um ano.