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Bandeira dos Estados Confederados exposta em estande da Deguste provoca revolta e indignação em Petrópolis

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Bandeira dos Estados Confederados exposta em estande da Deguste provoca revolta e indignação em Petrópolis

Organização da feira informou que não tinha conhecimento do símbolo que exalta a supremacia racista. Empresa que expôs a bandeira também disse que desconhecia o significado e manifestou desculpas pelo ocorrido

Uma bandeira do Estados Confederados exposta em um dos estandes da Deguste no último fim de semana provocou revolta e indignação em Petrópolis. A bandeira é associada a grupos supremacistas raciais nos Estados Unidos. O fato foi identificado por uma turista norte-americana que pediu que fosse retirada imediatamente, o que só ocorreu horas depois.

Foto: Bernardo Jordano Gomes

Nas redes sociais, a Deguste, que ocorre há 6 anos na cidade e já promoveu mais de 70 edições, informou que a empresa participou pela primeira vez do evento e ressaltou que não fará mais parte da feira. Na nota de repúdio publicada nas redes sociais, a organização disse que não tinha conhecimento sobre o símbolo e que: “Trata-se de um nicho ideológico lastimável que, por bem, não é conhecido popularmente”.

A organização do evento acrescentou que nunca houve e jamais haverá a promoção de ideologias de quaisquer natureza que entrem em conflito com o respeito à diversidade e à pluralidade humanas e que, ao contrário disso, a exposição de diferentes empresas sempre teve como intuito superior promover os produtores e artistas locais e fortalecer o comércio e a cena cultural.

Por meio de nota enviada à Sou Petrópolis, a empresa que expôs a bandeira disse que lamenta o ocorrido, explicou que desconhecia o significado da bandeira até então e pediu desculpas. “Infelizmente, e por total desconhecimento, optamos por usar a bandeira dos confederados, como uma referência ao American BBQ, ladeada por bandeiras do Brasil”, afirmou.

Repúdio

O caso levou o prefeito Rubens Bomtempo a também se manifestar em seu perfil oficial na internet repudiando esse tipo de manifestação.

“Entendemos que este foi um fato isolado dentro de um evento privado. Cabe à direção da feira Deguste a responsabilidade de tomar as providências para que o expositor não volte a participar do evento. A Prefeitura concede autorização para o evento funcionar em espaço público. Por isso, alerto os responsáveis que caso manifestações como essa voltem a acontecer, isso representará a suspensão do evento até que haja parâmetros definidos contra qualquer forma de intolerância”, destacou.

O prefeito ressaltou a importância da feira pra cidade já que ela divulga as cervejarias locais, mas enfatizou que o evento não pode servir para manifestações racistas ou de qualquer outro tipo de intolerância.

“Petrópolis diz não à intolerância! Minha eleição e o nosso governo representam o combate a todo tipo de intolerância, seja ela religiosa, racial, por gênero, orientação sexual ou discriminação de classe ou qualquer ato que possa ferir os direitos humanos”.

Intimidação e ameaça

A Coletiva Feminista Popular também se pronunciou sobre o fato. “Nossos militantes que estavam na festa eram negros e aquela bandeira além de machucar, intimida e ameaça. Petrópolis é uma cidade que exclui seus negros de diversas formas, mas os racistas estão cada vez mais descarados”, afirma.

Para a coletiva, a resposta antirrascista precisa ser mais firme ainda. “Não basta esconder a bandeira no final da festa, não basta a desculpa dos organizadores depois da repercussão do caso, não basta que as autoridades digam que é um fato isolado. As empresas que lucraram com essa atitude precisam ser responsabilizadas. Devemos ser antirracistas e combater as ideologias de supremacia racial, assim como o sistema que as financiam”, destaca.

Já o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) disse que o ocorrido não pode passar por naturalidade pelos moradores e menos ainda pelos organizadores do evento e por integrantes da cultura e da economia.

“A violência, o preconceito e a discriminação não podem ser naturalizadas em nosso dia a dia e jamais serão tolerados em nossa cidade, que preza pelos direitos humanos e pela valorização da vida”, disse a instituição por meio de nota.

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