Connect with us

Em 15 dias, Petrópolis registrou 1.085 novos casos de Covid-19; infectologista diz que cresce o nº de pacientes sintomáticos

Cidade

Em 15 dias, Petrópolis registrou 1.085 novos casos de Covid-19; infectologista diz que cresce o nº de pacientes sintomáticos

Os números crescem e, com eles, as dúvidas dos petropolitanos quanto ao cenário atual da cidade

Nos últimos 15 dias – do dia 15 de novembro ao último domingo (29) – Petrópolis contabilizou 1.085 novos casos de Covid-19. Ainda segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, no mesmo intervalo foram registradas 50 novas internações. Os números crescem e, com eles, as dúvidas dos petropolitanos quanto ao cenário atual da cidade: se ela já vive a “segunda onda” e se há chance de haver um novo lockdown.

Pensando nisso, a Sou Petrópolis entrevistou o médico infectologista Luis Arnaldo Magdalena Pereira. O especialista é professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP); infectologista do Departamento de doenças infecto parasitárias (DIP) do HMNSE; infectologista coordenador da CCIH do SMH; e médico plantonista do serviço de doenças infecto parasitárias do hospital federal do servidores do estado do Rio de Janeiro.

Foto Divulgação / PMP

– Na última quinta-feira (26) a Secretaria Municipal de Saúde revelou que no intervalo de 24 horas o número de internações por Covid-19 em Petrópolis aumentou em 85%, saltando de 54, na quarta (25), para 100, na quinta (26). Quais fatores podem ter contribuído para o crescimento das internações na cidade?

Em termos do aumento das internações, o que eu percebo é que está tendo uma grande quantidade de pacientes sintomáticos. Isso aumenta a circulação do vírus em nosso meio e aumenta a taxa de transmissão, então quanto mais pessoas infectadas, maior a taxa de transmissão e, consequentemente, maior o número de internações. Cerca de 20% dos pacientes que têm Covid-19 vão precisar de internação em algum momento. É mais ou menos a taxa que a gente tem visto no Brasil e no mundo, então em cada 10 pacientes, dois vão precisar de internação em algum momento por complicações relacionadas ao vírus.

– De acordo com levantamentos realizados pela Agência Brasileira de Inteligência, em dezembro a segunda onda de Covid-19 vai ganhar força no país. Pode-se dizer que o Brasil já vive a segunda onda? E com relação à Petrópolis? Essa mudança no número de internações pode indicar que a segunda onda já chegou à cidade? O que a caracteriza?

Se a gente continuar observando nos próximos dias e semanas essa aceleração no número de casos, internações e óbitos, vamos poder afirmar sim que estamos na segunda onda. Por enquanto é tempo de observar, mas se continuar com essa aceleração, com essa curva inclinada e esse aumento progressivo no número de casos e acelerações a gente vai estar, sim, na segunda onda.

– Apesar do aumento no número de casos e de internações pelo coronavírus em Petrópolis, o número de óbitos na cidade diminuiu. Como a Medicina explica tal queda?

Apesar do aumento no número de casos e internações, a gente tem tido boa resposta no uso do corticoide naqueles pacientes que internam e precisam de oxigênio. A única mudança do início da pandemia para cá foi o uso do cortioóide. Sem dúvida alguma com o uso do corticoide há uma redução em torno de 30% na taxa de mortalidade dos pacientes.

– Em novembro, o primeiro caso de coronavírus registrado no mundo completou um ano. É possível que o vírus já tenha passado por mutações e se fortalecido nesse período?

Os casos continuam sendo como no início da pandemia, então não houve mudança no vírus que aumentasse sua virulência. O vírus continua o mesmo. Apenas há mais pessoas sintomáticas contaminando pessoas suscetíveis, mas os casos na doença não têm retornado de uma forma mais grave. Os pacientes continuam com os mesmos sintomas, lembrando que existem grupos, os chamados grupos de risco, que têm potencial de complicar mais facilmente, como obesidade, hipertensão, diabetes, pessoas com mais de 60 anos.

– Vimos países que já enfrentam a segunda onda de Covid-19 no exterior voltarem a adotar o lockdown. No Brasil, quais são as chances de voltarmos ao isolamento rígido antes do ano acabar? Diante do atual quadro de Saúde da cidade, quais mudanças de fatores justificariam a adoção da quarentena novamente?

A quarentena em medidas de lockdown é adotada, principalmente, quando há pouca oferta de leitos para internação, ou seja, quando o sistema de saúde se torna saturado ou quando ele demonstra que vai ficar saturado. No momento ainda dispomos no nosso município de leitos de UTI e enfermaria, portanto, no momento, não há preocupação com lockdown. No entanto, se a curva continuar subindo junto do número de casos e internações, pode ser sim necessário adotar medidas de isolamento, principalmente se houver diminuição no número de leitos para internação.

– Comparado ao primeiro período de quarentena, é possível estimar quanto tempo, em média, esse segundo isolamento duraria? Quais atitudes a população pode adotar para auxiliar na redução do número de infecções? Quais são as recomendações para esse período de festas de fim de ano?

As principais recomendações continuam valendo, então como temos observado uma alta circulação do vírus no município e no Brasil de forma geral as recomendações são evitar aglomerações, fazer o uso da máscara sempre, manter a higiene com álcool em gel e sabão e evitar o contato com pessoas sintomáticas respiratórias. Essas são as principais medidas para frear a ascensão no número de casos em nosso município.

Veja também:

 

Continue Reading

Você também vai gostar

Subir